“O tridente é uma simbologia magística do ternário em conjunção com a mãe terra, ou seja representa as três pontas voltadas para cima, buscando alcançar o limiar das alturas e com isso, a evolução espiritual que se faz necessário a todos os seres, quer sejam encarnados, quanto desencarnados, e sendo que a sua base vai a terra, é indicativo que essas entidades (Exus e Pombagiras) estão atreladas à vida “mundana” da terra e com ela buscam a sabedoria e o equilíbrio necessário para que assim possam crescer espiritualmente.O tridente em si mesmo, possui os quatro elementos primordiais: o ar água e fogo devido as suas três pontas voltadas para cima, e ao elemento terra (que é associado simbolicamente pelo numero 4) devido a haste central que tem como base a terra, formando em si mesmo uma ferramenta magísticamente perfeita.
Fonte: Cavaleiros de Aruanda.
NOSSOS COMENTÁRIOS:
– o tridente “quadrado” é masculino, o curvado é feminino e o em cruz é neutro. Cada um tem sua aplicação, dependendo do ponto de força em questão e da finalidade do mesmo.
– o sentido de mundano não tem nada de pejorativo, pecaminoso, negativo, coisa ruim ou impuro, que os diminuam ou exaltem. Temos que rever e ampliar nossos conceitos estreitos de pureza e evolução, impregnados em nosso subconsciente por doutrinas castradoras, cheias de punições, céus e infernos. Temos que ser cidadãos do mundo sem sermos possuídos por ele, pelos nossos medos e recalques, pelo receio de falhar. Assim Exu nos ensina, que estamos todos “presos” ao ciclo humano terrestre e isto não nos torna mais ou menos evoluídos no sentido de hierarquização, sermos melhor ou pior uns em relação aos outros. É verdade que não só em Exu, mas em toda e qualquer classificação estão os grandes Mestres, assim como Jesus, que se fez “mundano” – cidadão terreno – para estar junto aos excluídos, prostitutas, coletores de impostos, considerados impuros. Os Exus já venceram as armadilhas do mundo e se fazem “mundanos”, para nos dar as mãos, nos mostrar através do reflexo do espelho de nossas almas o que realmente ainda somos…