O governador Daciano determinou a imediata prisão de Jorge da Capadócia. As torturas começaram. Suportou o peso de uma imensa pedra sobre o peito. Suspenso em um cavalete de madeira – parecido com um cavalo – seus braços e pernas foram dilacerados com garfos de ferro. Como se não bastasse, ordenou também que Jorge fosse queimado e que esfregassem sal em suas feridas.
O nobre Cavaleiro, com a sua inquebrantável confiança em Deus, a cada vitória sobre as torturas ia convertendo os soldados do Imperador.
Daciano, irado, convocou um mágico para dobrar a convicção do Santo Guerreiro. Cheio de orgulho, o feiticeiro afirmou ao Governador:
– Se eu não conseguir superar os truques desse Cristão, que eu seja decapitado!
Ele preparou poções envenenadas. Jorge, após fazer o sinal da cruz sobre elas, as bebeu e permaneceu vivo. O mágico ficou abismado com a confiança e a fé cristã daquele jovem e, antes de ser decapitado, lançou-se aos pés de Jorge, juntando-se à lista dos convertidos ao cristianismo, assim como a própria esposa do Governador.
Por ordem de Daciano, Jorge da Capadócia foi arrastado por toda a cidade e degolado. Era o dia 23 de abril de 303.
No ano de 680, um Concílio em Constantinopla, considerou que parte da história de São Jorge era apócrifa.
A imagem do Cavaleiro lutando contra o dragão foi difundida na Idade Média. A versão mais conhecida da conta que um dragão saía de um lago em Silene, Líbia, e apavorava os moradores, atirando fogo contra os muros da Cidade e causando a morte com seu hálito mortal. Para mantê-lo afastado os moradores lhe entregavam jovens donzelas para serem devoradas. Um dia coube à filha do rei a vez de ser sacrificada. A princesa solicitou ajuda a Jorge da Capadócia. Destemido, o Santo Guerreiro – após uma luta árdua – venceu o dragão com sua espada magnífica. Então o povo e o rei se converteram.
Lenda ou realidade?
– Não importa.
O fato é que o cristão Jorge da Capadócia suportou terríveis provações e injúrias – inclusive de alguns companheiros de farda – contudo sempre conservou o amor e a fidelidade a Deus, a Jesus Cristo e a Virgem Maria.
Continua…
Fonte: Bússola Mística