A Mitologia Grega, suas semelhanças com a Umbanda e o Catolicismo

Várias pessoas já notaram as semelhanças entre os deuses da mitologia grega e alguns orixás e guias da Umbanda. Esse post vem como um informativo, expor a curiosidade e ainda expor o sincretismo, que foi adotado segundo a semelhança física ou histórica entre as figuras dessa religião brasileira (com influência indígena e africana) e os santos católicos. Boa leitura!

01

Zeus, na mitologia, é o deus dos deuses, dos trovões e do céu. Xangô se assemelha a ele por ser o orixá dos trovões e do fogo, assemelhando-se ao deus também em seu temperamento: atrevido e viril. Com a imposição do catolicismo, Xangô foi cultuado pelos africanos como sendo São Jerônimo, santo que traduziu a Bíblia do grego para o latim e hebraico, também protetor dos bibliotecários.

 

02

Afrodite, a deusa do amor e das paixões, é constantemente comparada à figura de Bombo-gira ou Pomba-gira que, na Umbanda, é encarregada exatamente das ajudinhas no lado afetivo. E veja lá com quem, muitas vezes ela foi sincretizada: Maria Madalena! Aquela mulher que uns dizem ter sido prostituta e outros dizem ter sido esposa de Jesus.

 

03

Ares é o deus da guerra sangrenta, que pode ser comparado a Ogum, orixá com as mesmas denominações. São Jorge, que segundo a tradição foi um soldado e mártir romano, é a figura que mais se assemelha a Ogum no sincretismo.

 

04

Hades, deus do mundo dos mortos, lembra bastante a figura de Omolu, orixá da morte. Omolu foi sincretizado como São Lázaro, o santo que foi ressuscitado milagrosamente por Jesus, por suas aparências semelhantes; ambos são portadores de ferimentos por todo o corpo.

 

05

Hera, deusa do casamento e do ciúme, pode ser comparada à orixá Oxum, que, além de reinar sobre a riqueza, a intimidade, o amor, a beleza e a diplomacia, se expressa também através da força das águas doces. Ora assimilada à Nossa Senhora da Conceição, ora à Nossa Senhora Aparecida.

 

06

Poseidon é o deus dos mares e dos terremotos. Iemanjá, a orixá de figura feminina também reina sobre essas águas. No Brasil, é sincretizada com Nossa Senhora dos Navegantes e ambas têm suas festas celebradas no dia 02 de fevereiro.

 

07

Apolo, é deus do sol, da verdade, e da consciência de justiça, lembra muito em seu temperamento sensato a orixá Oyá (ou Iansã), que semelhante também a Zeus, controla o ar, os trovões e as tempestades. É sincretizada como Nossa Senhora das Neves, uma santa que pediu a um casal, através de uma visão, a construção de um templo em sua homenagem. Esse templo deveria estar situado em cima de um monte cujo o pico seria milagrosamente coberto de neve em pleno verão.

 

08

Ártemis é irmã gêmea de Apolo, deusa da caça e das fronteiras entre cidades e florestas. Muito parecida com Oxóssi, orixá também da caça e das matas, que é sincretizado como São Sebastião, o mártir que morreu com três flechadas no peito durante a perseguição do imperador Diocleciano.

 

09

Deméter é a deusa das colheitas e das estações. Okô é o orixá do trabalho e da agricultura. Sincretizado na figura de Nosso Senhor do Bonfim, que é a figura do próprio Jesus no momento exato da morte.

 

10

Dionísio é o deus do vinho, das artes e das orgias. Lembra em muito o malandro da lapa, o Zé Pelintra, que é apreciador da mesma bebida em questão, além de ser exímio dançarino de samba de gafieira.

 

11

Hermes, deus da medicina, do comércio e dos ladrões, é também o mensageiro dos deuses. E Exu, o orixá do fogo, guardião das aldeias, casas e cidades, vejam só: é também o mensageiro dos orixás! O sincretismo de Exu, entretanto, é disposto de grande complexidade. Por seu temperamento brincalhão, suas cores fortes e principalmente por seu objeto de trabalho ser um tridente, ele foi sincretizado erroneamente como sendo o Satanás das religiões cristãs. Os africanos, no entanto, o sincretizaram como Santo Antonio, esse santo que as moças teimam em deixar de cabeça pra baixo pra arranjar casamento! (vide explicação das razões dessa superstição no final do post.)

 

12

Hefesto, deus do ferro, dos artesões, da tecnologia, do fogo e mais uma porção de coisas. Pode ser comparado, tanto ao já visto Ogum como também ao já visto Omolu. Ogum, além de orixá da guerra, é também o orixá dos metais e das armas. Omolu, assim como Hefesto, foi abandonado pela mãe após o seu nascimento, e segundo a lenda pelo mesmo motivo: a aparência física.

 


E aqui, como fiquei de explicar o porquê da tal superstição de colocar a imagem de Santo Antonio de cabeça pra baixo pra arrumar casamento.
Reza a lenda que, na época, os dotes exigidos pelas famílias dos noivos para casarem seus filhos com um determinada moça, eram muito caros. De toda boa fé, Santo Antonio começou a usar de recursos que pedia dentre a população para pagar os dotes das moças pobres de determinadas regiões. Assim, ficou conhecido já em sua época como “O casamenteiro”.

Fonte: Tenda de Cigana

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