Os materialistas julgam que o homem não é mais do que um animal. Ora, o corpo humano é composto de elementos químicos, cujo equilíbrio produz e mantém a saúde. Nenhum outro ser vivente possui a mesma constituição química do homem. E essa constituição é tão especial que um fato de fácil observação permite seja ela evidenciada.
Em um terreno alagadiço, mas sem a menor presença de vida animal, faz-se um cercado. Deixemos passar algum tempo. Quando voltarmos, ficaremos surpresos com a exuberância de seres animais aí existentes: cobras, lagartos, jacarés, peixes. O que nunca poderemos encontrar, nas condições dessa experiência, é o animal homem.
Há duas grandes categorias de espíritos:
1ª – os espíritos evolutivos;
2ª – os espíritos elementais da natureza.
Os primeiros são os que se encontram nos seres humanos e, cumprida a sua missão, podem viajar de um a outro astro. Com as reencarnações sucessivas, os espíritos evolutivos estão sujeitos a fases de purificação e provação.
Nos animais, encarnam-se espíritos da natureza, que não evoluem e até desaparecem, morto o corpo em que habitavam Daí a diferença fundamental entre o homem e o animal. Esta muito nítida diferenciação, no plano espiritual, corresponde, no plano material, à diferenciação química a que aludimos acima.
Não ignoramos que este ponto de vista contraria a crendice popular, espalhada no mundo inteiro, de que um espírito desencarnado de um homem pode se abrigar no corpo de um animal, e, conservando a memória de sua vida anterior, perseguir os homens que foram inimigos do falecido.
A evolução é uma lei divina. Todo o Universo está sujeito a essa lei que rege o microcosmo e o macrocosmo. A poeira do caminho, a massa cinzenta do intelectual, a nebulosa que é matriz de um mundo novo, a virtude do santo, o desgaste da maré na praia alvinitente, o desabrochar da rosa de Iansã, a flor centenária do lótus, a marcha da civilização através de gerações que se sucedem e ligam o primeiro homem aparecido na Terra a este datilógrafo.
Tudo, tudo, é feito da lei da evolução.
Desde a estrela que nasce, a uma distância incomensurável, ao mosquito que sai do ovo depositado na folhagem, no subúrbio carioca.
Deus vê tudo, sabe tudo, determinou tudo na lei da evolução. Como diz o provérbio árabe, Deus vê a formiga preta que, em uma noite escura, anda sobre o mármore negro.