Ser umbandista é mais do que participar de rituais e frequentar terreiros; é assumir um compromisso profundo com a espiritualidade e com o próprio desenvolvimento pessoal. Em minha experiência como Dirigente Espiritual, percebo que muitos, tanto de dentro quanto de fora da religião, não compreendem completamente a seriedade e a responsabilidade que ser um umbandista exige. Neste artigo, discutiremos os aspectos essenciais da responsabilidade de ser umbandista, destacando a importância da dedicação, da abnegação e da firmeza.
Desenvolvimento Espiritual: Um Compromisso Permanente
A Umbanda exige dos seus praticantes um compromisso constante com a evolução espiritual. Isso vai além de simplesmente “desenvolver” habilidades mediúnicas; trata-se de uma jornada contínua de autoconhecimento e aprimoramento. Ser médium na Umbanda significa responsabilidade, dedicação e abnegação. É necessário compreender que o desenvolvimento espiritual não ocorre apenas dentro do terreiro, mas se estende a todos os aspectos da vida cotidiana.
Os médiuns devem estar cientes de que cada palavra e gesto praticados em nome dos seus guias têm um peso significativo. Guias espirituais não vêm à terra para beber, fumar ou dançar sem propósito; eles estão aqui para trabalhar e ajudar na evolução espiritual de todos. Portanto, é crucial que os médiuns tratem suas responsabilidades com a seriedade que elas merecem, tanto dentro quanto fora do terreiro.
A Vida de Um Umbandista: 24 Horas por Dia
Ser umbandista é uma dedicação contínua. Não se pode ser “quase umbandista” ou “umbandista de vez em quando”. A espiritualidade e os ensinamentos da Umbanda devem ser vivenciados 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano. Isso implica em um comportamento exemplar fora do terreiro, refletindo os valores e princípios da religião em todas as ações diárias.
Os médiuns e praticantes precisam entender que o terreiro é um local sagrado, onde a presença dos Orixás e guias deve ser respeitada e honrada. O terreiro não é lugar para conversas triviais, pensamentos mundanos ou competições egocêntricas. É um espaço de devoção, aprendizado e trabalho espiritual. Cada um que pisa no terreiro tem a obrigação de zelar por ele, respeitando a sacralidade do local e a presença dos seres espirituais.
Desafios e Reflexões
A liderança de um terreiro envolve inúmeros desafios, principalmente relacionados ao comportamento humano. Manter a organização e a limpeza do terreiro, tanto física quanto energeticamente, exige um esforço contínuo. Muitos dirigentes espirituais sabem do esforço necessário para manter o terreiro em funcionamento, desde a preparação de oferendas até a organização de rituais. Infelizmente, alguns praticantes não compreendem a extensão desse trabalho e veem sua participação de forma superficial.
É essencial que os umbandistas façam uma reflexão profunda sobre suas escolhas e responsabilidades dentro da religião. Entrar para a Umbanda é um chamado espiritual que deve ser honrado com dedicação e respeito. Aqueles que não estão dispostos a se comprometer integralmente podem acabar prejudicando a si mesmos e ao terreiro.
A Honra de Ser Umbandista
Ter um Orixá ou guia espiritual em terra é uma honra e uma bênção. Esses seres vêm para nos orientar, enxugar nossas lágrimas, aconselhar e ajudar em nossa caminhada evolutiva. Devemos tratar essa oportunidade com o máximo respeito e gratidão. O terreiro é a casa dos nossos Orixás e guias, e devemos zelar por ele com a mesma dedicação com que zelamos por nossas próprias casas.
A Umbanda nos oferece a chance de participar de algo grandioso, onde a caridade e a ajuda ao próximo se manifestam de forma pura. Não desperdicemos essa oportunidade. Lembremo-nos de que a Umbanda nos chamou por um propósito maior, e cabe a nós honrar esse chamado com nossas ações, pensamentos e vibrações.