Obaluaê, também conhecido como Omulú, Xapanã e associado com Kavungo, divindade da nação Bantu, e com Sakpata, divindade da Nação Jeje, é o Orixá da Cura, das doenças, das pestes.
É sincretizado com São Lázaro, o santo que voltou dos mortos e com São Roque, o santo que fora contaminado com uma peste, se curou e é invocado na cura de epidemias e doenças contagiosas.
Certamente por essas histórias, São Roque e São Lázaro passaram a ser sincretizados com Obaluaê, Orixá que possui os mesmos atributos, ou seja, senhor dos mortos e curador das pestes.
Não é demais lembrar que apesar da semelhança entre eles, não podemos confundi-los. São Lázaro e São Roque são santos confirmados pela Igreja Católica, tiveram suas passagens pela Terra.
Obaluaê é um Orixá que teve seu culto iniciado na África, chegando ao Brasil e demais países da América Latina por intermédio dos negros escravos. Sendo posteriormente adotado como Orixá na Umbanda.
Obaluaê tem seu corpo coberto por palha da costa, em razão de possuir feridas na pele. Também, o fato de Obaluaê possuir seu corpo coberto por palha da costa, representa o mistério, especificamente, o mistério da morte que para nós encarnados ainda não está revelado.
A palavra Obaluaê vem do Yorubá Obàlúwàiyé que quer dizer “Rei Senhor da Terra” e Omulu significa “Filho do Senhor”.
Obaluaê é tido como senhor da cura, médico dos pobres. É invocado todas as vezes que alguém está doente. Obaluaê é o senhor dos cemitérios, dos mortos. Por essa razão, sempre que se adentra em um cemitério se saúda Obaluaê, assim como se saúda Iansã. Obaluaê é o Orixá responsável pelo encaminhamento dos espíritos recém desencarnados.
Muitos irmãos partem desse plano sem estarem preparados. Ainda apegados com a vida e os bens da terra, acabam por não seguir o seu caminho e passam a habitar a casa de sua família terrena. Sabidamente, tal fato acarreta grandes prejuízos não só para o espírito que ali está, como também para a família que sofre a obsessão. Nessas horas, Obaluaê é invocado para levar esse espírito ao seu reino, encaminhando-o para a nova vida no mundo espiritual.
Obaluaê também é invocado para afastar e levar embora os espíritos maus, perturbadores e quiumbas.
Sua saudação é “Atotô Obaluaê!”
Seu dia da Semana é a Segunda – Feira.
Seu dia do ano é 02 de novembro (juntamente com o dia de finados) – 17 de dezembro (em razão do sincretismo com São Lázaro) e 16 de Agosto (em razão do sincretismo com São Roque).
Suas cores são o Preto e Branco. (No candomblé além dessas cores, usa-se também o vermelho).
Seu símbolo é o Xaxará. (Espécie de cetro de mão, feito de nervuras da palha do dendezeiro, enfeitado com búzios e contas, em que ele capta das casas e das pessoas as energias negativas, bem como “varre” as doenças, impurezas e males sobrenaturais.).
Suas oferendas levam pipoca (que representa a transformação entre a vida e morte) estourada no azeite de dendê e sem sal; velas brancas e pretas; flores brancas e água. São entregues, preferencialmente, no cruzeiro do cemitério.
De Obaluaê originam inúmeras falanges de caboclos, pretos velhos e Exus e Pombajiras. Em relação à esses últimos, exemplificando, a falange dos caveiras (Exu Caveira, João Caveira, Tata Caveira, 7 Caveiras, Caveirinha,etc) é submissa à esse Orixá, bem como todos os demais vinculados às almas e ao cemitério.
Também manifestam-se falangeiros de Obaluaê, uma manifestação mais densa, entidades que chegam curvadas e que geralmente tem sua cabeça coberta por um pano branco. São espíritos ligados diretamente à Obaluaê.