Historia da Vovó Maria Conga

Ocês tão bão meus Fios?
Tava eu na cozinha, quando o neguinho entrou correndo:
– Vóoooo!
Sem me mexer, só olhei com os dois olhos bem fechado e disse:
_ Oh, neguinho danado, eu tenho só dois ouvidos pra te escutar, pra que gritar, quer avisar toda fazenda que ocê tá aqui?
Ele riu e disse:
_ Quantas veis Vó, a senhora foi pro tronco?
– Muitas meu fio, muitas…
_ E como é a dor da chibata?
– Doe meu fio, doe muito.
– Doe nada Vó.
– Claro que doe menino, e ocê não sabe o quanto.
– Vó, sabe o que doe na senhora até hoje é a raiva da submissão, iguais esses nego, o que doe, e a tristeza que eles se alimentam, e as magoas que cultivam dentro do peito, quando minha mãe me bate doe na hora depois eu esqueço.
– Ocê esquece seu neguinho danado, porque ocê num tem vergonha nesta cara preta e suja. E passa fora da minha cozinha com essa conversa que não leva a lugar nenhum, rs rs rs.
O neguinho saiu dando risada porque já tinha passado a lição!
Agora meu fios eu digo pra ocês, a dor do fisico passa, mesmo que ocês quiserem lembrar, num vem no mental, agora o que ocês emanaram no exato momento que aconteceu o processo, ai sim ocês se tornam magos da escuridão, alimentando todo o dia com lenha a fogueira da desilusão, da tristeza, da magoa, da raiva, da revolta, ihhhhh bota lenha nesta fogueira.
Vão dormir vão meu fios, e nesta noite, só nesta noite não botem lenha nesta fogueira negativa. Salve meus Fios!

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