O poema de um Preto Velho

Preto velho
Sou Preto
Negro como a noite sem estrelas
Sou velho como as vidas dos meus irmãos.
Mas se sou ainda negro, é por que trago em mim as marcas do tempo, as marcas de cristo.
Essas são as estrelas de minha vida.
Sou negro.
Mas a brancura do linho que estampa a simplicidade do meu Olhar, que tenta ver apenas o lado bonito da vida.
Sou velho sim.
Mas é na experiência da vida que se adquire verdadeira sabedoria, aquela que vem do alto.
Sou velho.
Velho no falar, velho da mensagem, velho nas tentativas de acertar.
A minha força, eu construi na vida, na dor, no sofrimento.
Não no sofrimento como alguns entendem, mas naquele decorrente das lutas, das dificuldades do caminho, da força empreendida na subida.
A força da vida se estrutura nas vivências.
É à medida que construímos nossa experiência que essa força se apodera de nós, nos envolve e nós então nos saturamos dela.
É a força e a coragem de ser você mesmo, de não se acovardar diante das lutas e continuar tentando.Sou forte.
Mas quando me deixo encher de pretensões, então eu descubro que sou fraco.
Quando aprendo a sair de mim mesmo, e ir em direção ao próximo, aí eu sei que me fortaleço.
Eu sou preto, sou velho, sou humano.
Mas sou humano sem corpo.
Sou como você, sou espírito.
Sou errante, aprendiz de mim mesmo.
Na estrada da vida, aprendi que até hoje é possivelmente para sempre serei apenas o aprendiz da vida, Sou andarilho.
Pelas estradas da vida, eu corro, eu ando.
Tudo isso para entender que, como você, eu sou um cidadão do universo, viajador do mundo.
Sou semeador da paz.
Sou preto, sou velho, sou espírito.
Sou eu, Pai João de Aruanda!!

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