Ser umbandista é simples. Complicado é ter que conviver com gente que acha que pratica Umbanda ou então com gente que, por ignorância, diz que tudo é macumba, exceto o que ele faz na sua religião, seja ela qual for.
Além desses dois pequenos fatores, temos que somar ainda o fator preconceito com pitadas de discriminação. Culpa de quem?
De uma forma geral, a maioria dos umbandistas:
- Não tem conhecimento da sua própria religião. Não sabe explicarnada, só sabe que funciona e que tudo funciona por causa dos Orixás e por causa do SEU guia.
- Não têm a mínima noção sobre ecologia
- Acham que Exu é do mal e trabalha só pra “amarração”.
- Acham que tudo é demanda ou trabalho feito por alguém.
- Insistem que existe a tal Umbanda branca ou então Exu de lei, como se houvesse Umbanda negra – do tipo magia negra – ou Exu fora de lei.
- Ainda acham que Pombagiras foram ou ainda são todas prostitutas… .
- Acreditam fielmente que o seu Guia é um escravo ou servo porque acha que Ele pode “baixar” em qualquer lugar, a qualquer hora, inclusive na casa da vizinha ou então no meio de uma briga de familiares. Proteção? Preparo? Firmeza? Imagina! Ele é meu e faço o que eu quiser….tipo roupa ou sapato.
- Acham que tudo é um grande mistério e quanto menos gente souber, melhor e mais seguro, afinal é tudo muito complexo.
- Ficam pulando de terreiro em terreiro louco pra saber quem são seus Orixás de cabeça ou então quem são seus guias como se isso fosse essencial para ser umbandista.
- Há ainda aqueles que pensam que fazer amarrações, trabalhos, fazer barganha e troca está dentro dos fundamentos da Umbanda.
Queridos irmãos ,
Na Umbanda que conheço, é a se que aprende a amar e respeitar, não há espaço para essas atitudes e pensamentos.
Há sim muito trabalho, humildade, muita observação, muito estudo e persistência.
Há também muito amor. Não amor de mãe carnal, amor de Exu mesmo, porque só eles aguentam o que nós fazemos no nosso dia a dia.
Na Umbanda que conheço, os médiuns são irmãos e não há espaço para fofocas, achismos ou intimidades. O dia de vestir o branco não é o mais importante e sim especial. Ele é um reflexo do que você fez todos os minutos dos outros dias.
Na Umbanda que conheço há obrigações e disciplina. Há regras que devem ser respeitadas e obedecidas em prol de um bem coletivo e maior, afinal, saber obedecer é um caminho para poder dar ordens.
Nessa Umbanda, estudo fundamentos que são praticados todo dia, junto com a reforma íntima. Não há espaço para vaidade. Respeitar a natureza é respeitar os Orixás. É cuidar da casa onde vivemos e onde viverão nossos filhos.
Essa mesma Umbanda está sempre de braços abertos par a novosaprendizados e reformulações, afinal ninguém detém o conhecimento absoluto.
Essa é A UMBANDA.
O restante deve ser outra coisa que por falta de um nome mais apropriado se utiliza do termo para se fazer existir.
Culpa de nós mesmos, umbandistas fundamentados e convictos porém desunidos como água e óleo.
Vistam a camisa, pratiquem a verdadeira essência da Umbanda porque ela é celestial e divina.Sigam as palavras do Caboclo das Sete Encruzilhadas que transcrevo abaixo e sejam simplesmente Umbandistas…
Ser Umbandista é ser clemente
É ter alma de crente,
sempre voltada para o bem!
É ensinar ao que erra,
entre os atrasos da terra,
não fazer mal a ninguém,
É sempre ter por divisa,
tudo que é nobre e suaviza,
o pranto, a dor , a aflição
É fazendo a caridade
evitar a orfandade
o abismo da perdição.
Em Deus, sempre ter crença
profunda, sincera, imensa
consubstanciada na Fé
É guardar bem na memória
os bons conselhos e a glória
De Jesus de Nazareth.
É perdoar a injúria
de quem já não tem um pão
É se tornar complacente
para o inimigo insolente
tendo por lema – o perdão!
Mensagem do Chefe Caboclo das Sete Encruzilhadas pelo médium Zélio de Moraes em 20 de janeiro de 1935